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segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Conheça o real Espinossauro

Olá pessoal, hoje estou aqui para falar da verdadeira aparência do Espinossauro!

ATUALIZAÇÃO | Em 2020, novos estudos de Ibrahim possibilitaram mais uma nova reconstituição do espinossauro, confira clicando aqui.

Reconstituição do espinossauro por ©Davide Bonadonna


O Espinossauro (Spinosaurus aegyptiacus) foi um dinossauro espinossaurídeo, pertencente a família Spinosauridae de cerca de meia dúzia de gêneros, 3 deles brasileiros: Oxalaia, Angaturama, Irratator. Ele viveu durante o período Cretáceo exatamente na última idade do Cretáceo Inferior (Albiano) e a primeira do Cretáceo Superior (Cenomaniano) no norte da África, é facilmente reconhecida por sua típica vela utilizada por exibição, intimidação e talvez regulação de temperatura. Ele foi o maior dinossauro terópode já descoberto Veja abaixo sua classificação científica e alguns dados:

Esqueleto de espinossauro por ©Tyler Keillor, Lauren Conroy e Erin Fitzgerald
Reconstituição da cabeça de um Espinossauro por ©Davide Bonadonna

*Por se tratar de uma espécie de registros fósseis escassos as medidas variam muito*

Comprimento: 12,6 a 14,3 ou 15 metros, alguns ainda dizem 18 metros.
Altura: 5 a 6 metros.
Peso: Alguns falam que ele possuía entre 8 e 9 toneladas. Outros dizem que ele tinha de 12 a 20,9 toneladas, além disso dizem que ele possuía apenas 15 toneladas.
Alimentação: Carnívora; Piscívora.
Modo de vida: Semiaquático.
Força da mordida: Algo em torno de 2 toneladas.
Localização: Viveu durante o Albiano do Cretáceo Inferior e Cenomaniano do Cretáceo Superior no norte da África, conviveu com o saurópode Paralititan, com os terópodes Carcharodontosaurus, Deltadromeus e Bahariasaurus, juntamente com o crocodilo Stomatosuchus e com as suas enormes presas, como o celacanto Mawsonia e o peixe-serra Onchopristis.
Garras: Possuíam entre 38 e 50 centímetros.

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Superordem: Dinosauria
Ordem: Saurischia
Subordem: Theropoda
Infraordem: Tetanurae
Micro-ordem: Carnosauria
Família: Spinosauridae
Gênero: Spinosaurus
Espécie: Spinosaurus aegyptiacus

 Não irei entrar muito na sua história de sua descoberta, mas ele foi descoberto por Ernst Stromer em 1912 e descrito em 1915, porém os fósseis que ele descobriu e usou para descrever a espécie acabaram destruídos durante a Segunda Guerra Mundial em 1944, quando ocorreu um bombardeio no Museu de Munique. Desde então só se acharam escassos registros fósseis do Espinossauro, até que mais recentemente se encontram alguns bons registros fósseis que culminaram em novíssimas descobertas, no estudo de Ibrahim em 2014.

 Descobriu-se que ele tinha um quadril pequeno e as patas traseiras muito curtas para ser um bípede, e suas proporções indicavam um típico vertebrado especializado no modo de vida semiaquático, com a descoberta também de um novo centro de massa descobrimos que ele era na verdade um quadrúpede obrigatório em terra firme! Mas mesmo assim ele conseguia ficar bípede por alguns momentos.


 Uma de suas presas era o enorme Onchopristis, um peixe-serra gigante. Ele teve um longo focinho em forma de pá, revestido em ambos os lados com dentes em forma de gancho farpado.

Resultado de imagem para onchopristis

 O Mawsonia um enorme celacanto também era uma presa comum do Espinossauro, curiosamente os celacantos (apenas Latimeria) são uma das poucas criaturas que caracterizavam a vida animal no Mesozoico que ainda estão vivas hoje, é um dos famosos fósseis-vivos.



 Estudos do crânio mostram espaços que possivelmente abrigavam órgãos sensíveis à pressão, similares aos crocodilos modernos, usado para sentir presas debaixo d'água mesmo sem vê-las.



 Outra coisa que também deixa evidente seus hábitos de pescador, eram seus enormes dentes retos e cônicos (6 a 7 dentes de cada lado na concavidade e depois dela 12 dentes, sendo que o segundo e o terceiro dentes de cada lado eram excepcionalmente grandes), não serrilhados assim como seu crânio estreito e comprido (seu crânio também possuía uma fina crista entre os olhos bem no meio do crânio), tudo isso com a ação conjunta de suas enormes garras o tornava um excelente pescador! Ele precisava de todos esses ''armamentos'' para caçar um peixe enorme como o Onchopristis. Análises também sugerem que ele possuísse membranas  interdigitais , pois o pé era de uma estrutura mais plana, assim como as garras, isso sugere que o pé poderia ser adaptado para pisar  em um substrato mole no fundo da água, e essas membranas permitiriam que o animal não atolasse.

 O estudo também nos trouxe uma nova visão das suas vértebras, concluíram que sua cauda era menos robusta, porém mais livre, o que ajudava e muito na propulsão para o nado, por exemplo. As novas descobertas em relação a estrutura interna de seu esqueleto indica uma medula mais densa, com isso ele poderia ficar submerso mais facilmente, já que isso aumentaria o seu peso específico dentro da água.

Ibrahim sugere que a grande vela seria coberta apenas por uma justa camada de pele, sem músculos ou gordura, comparações com uma espécie de camaleão moderno e estrias nos ossos provaram que suas espinhas eram extremamente densas e pouco vascularizadas, o que deixaria inviável a regulação de temperatura, talvez servisse apenas para exibição e intimidação.

 Porém a pesquisa de Ibrahim pode estar equivocada, entre as dúvidas, por exemplo, estão se o material encontrado pertence mesmo a um único indivíduo ou se eles formam uma quimera. Isso tornaria as proporções apresentadas incoerentes. Alguns dizem também ser difícil de crer que ele era um quadrúpede quando se observa suas garras em seus membros anteriores, porém a evolução não liga pra estética, e sim pra função, fora da água ele poderia ser um tanto desengonçado, mas dentro devia ser um exímio nadador e letal predador aquático, com todas essas descobertas é possível que o seu parente Oxalaia também possuía o mesmo padrão em sua anatomia. Devemos aguardar mais descobertas para concretizar cada vez mais as novas descobertas, ou talvez reformulá-las!

 Com todas essas novas descobertas é possível concluir que suas finas mandíbulas que não teriam a força adequada para matar um T-rex como visto no filme Jurassic Park 3 (2001), outras desvantagens nessa luta fictícia era o seu estilo quadrúpede e desengonçado fora d'água, sem falar que quando ficava bípede provavelmente ficasse com pouca estabilidade, aliás essa luta icônica da ficção nunca ocorreu, pois os dois viveram em locais e épocas diferentes do Cretáceo.

 Novas descobertas e pesquisas como essas mostram o quando a paleontologia é instável! Estamos sempre sendo surpreendidos por novas descobertas, com o tempo todos irão se acostumar com a sua aparência quadrúpede, qualquer nova descoberta pode mudar muito a nossa atual visão!

P.S. Em breve farei uma luta hipotética entre o T-rex e o Espinossauro para provar de uma vez por todas que o Espinossauro não seria capaz de vencer o T-rex em terra.

Fontes: Ikessauro e Colecionadores de Ossos

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