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domingo, 19 de julho de 2020

Embriologia animal

 Olá pessoal, hoje eu irei comentar o básico de embriologia animal, uma área que oferece muitas possibilidades quando combinada à genética, e que também traz muitos debates éticos.


 Corresponde ao estudo do desenvolvimento do embrião, desde a fecundação até a formação completa dos órgãos. Nessa aula, estudaremos o desenvolvimento do anfioxo, um cordado simples e didático. Entretanto, antes disso devemos relembrar os conceitos de fecundação, reprodução sexuada, espermatozoide e óvulo.



Reprodução

Reprodução assexuada: ocorre a geração de um novo ser vivo sem a junção dos gametas (óvulo e espermatozoide). É comum em ambientes de condições favoráveis, não permite variabilidade genética (com exceção às mutações).



Reprodução sexuada: ocorre a geração de um novo ser vivo através da junção dos gametas (óvulo e espermatozoide) por meio do processo de fecundação, que nada mais é do que a junção dos gametas. É comum em ambientes desfavoráveis, permite variabilidade genética. Há vários tipos de fecundação:
  • Fecundação externa: ocorre fora do corpo da fêmea, é comum em animais aquáticos;
  • Fecundação interna: ocorre dentro do corpo da fêmea;
  • Fecundação cruzada: dois animais hermafroditas, ou seja, que possuem tanto aparelho genital feminino como masculino, se juntam e inserem seus espermatozoides um no outro, fecundado os óvulos de cada um;
  • Autofecundação: ocorre em animais hermafroditas, que fecundam seus próprios óvulos, sem um parceiro.

Tipos de óvulos

 Os óvulos dos animais são geralmente células grandes e imóveis, que contém em seu interior reserva de nutrientes para o desenvolvimento do embrião. Esses nutrientes compõem o vitelo. São classificados pela quantidade e distribuição do vitelo



 Após a fecundação, o zigoto de cada tipo de óvulo sofrerá um tipo de segmentação:

*As divisões que ocorrem durante a segmentação denominam-se clivagens, e as células que se formam são chamadas blastômeros.



 Os espermatozoides são geralmente células, muito menores que os óvulos e estão estruturados de modo a permitir o máximo de eficiência de deslocamento, o que aumenta a chance de eles chegarem ao óvulo. A grande maioria deles é flagelada, com exceção dos espermatozoides dos nematódeos.


Fecundação

Fusão do gameta masculino com o gameta feminino. Gametas são células haploides, ou seja, têm apenas um conjunto de cromossomas, assim, a fecundação restabelece a diploidia da espécie. O zigoto é a célula resultante da união do gameta masculino ao feminino, em estágio anterior ao da divisão celular.

Etapas da fecundação humana:

  • Reação acrossômica: reação enzimática entre acrossomo do espermatozoide e parede do óvulo. Os acrossomos contêm bolsas repletas de enzimas digestivas, que irão perfurar as membranas do óvulo e permitir a fecundação;
  • Fusão entre membranas: etapa na qual se estabelece o impedimento à poliespermia (fecundação de um ovócito por mais de um espermatozoide);
  • Formação nuclear: fusão de núcleos haploides de espermatozoide e óvulo;
  • Formação do zigoto: migração do núcleo diploide ao endométrio (tecido que reveste o interior do útero), onde ocorre a nidação (implantação do óvulo fecundado na parede uterina). São produzidos: a placenta (realiza o intercâmbio de substâncias (nutrientes, gases e secreções), entre a circulação materna e a circulação do feto) e o hormônio gonadotrófico coriônico (HCG). O HCG garante a manutenção da gestação, inibindo a menstruação e a ausência de uma nova ovulação.

Desenvolvimento embrionário

 Lembre-se que estaremos utilizando o anfioxo como modelo dos processos embrionários.

Segmentação

 É a primeira etapa do desenvolvimento embrionário. Nela o zigoto sofre divisões sucessivas, formando a mórula.



 A mórula é uma esfera maciça, preenchida por células. As células de seu interior migram para a superfície originando uma esfera oca, a blástula.

Gastrulação

 É a segunda etapa do desenvolvimento embrionário. Nela a blástula se dobra formando a gástrula


 A gástrula também é uma esfera oca. Entretanto, é possível notar a presença de dois tecidos embrionários e um orifício, o blastóporo. O blastóporo dá acesso ao intestino primitivo (arquêntero) e é utilizado na classificação dos animais:
  • Protostômios: blastóporo dá origem à boca;
  • Deuterostômios: blastóporo dá origem ao ânus. 
 Apenas os equinodermos e os cordados são animais deuterostômios.

Organogênese

 É a terceira etapa do desenvolvimento embrionário. Nela a gástrula sofre inúmeras dobras, formando a nêurula.


 Se caracteriza pela diferenciação de órgãos a partir dos folhetos embrionários formados na gastrulação. A neurulação é a fase inicial da organogênese. Após a neurulação, os folhetos embrionários, continuam a se diferenciar, originando os tecidos especializados do adulto.
  • Ectoderme: formará os revestimentos internos de boca e ânus, epiderme e formador do tubo neural e sistema nervoso;
  • Endoderme: forma o sistema digestório e anexos, e o epitélio interno do sistema respiratório e bexiga;
  • Mesoderme: Forma a maior parte dos sistemas além da derme.

Classificação embriológica do Reino Animalia

 Os animais são classificados segundo os seguintes critérios:

Número de tecidos embrionários

  • Diblástico: possuem ectoderme e endoderme. É o caso dos cnidários.
  • Triblástico: possuem ectoderme, mesoderme e endoderme. É o caso de todos os outros animais, com exceção dos poríferos.

Destino do blastóporo

  • Protostômio: blastóporo forma a boca. Todos os grupos animais com exceção dos equinodermos e dos cordados.
  • Deuterostômio: blastóporo forma o ânus. É o caso dos equinodermos e cordados.

Presença de cavidade corporal

 O esquema a seguir mostra cortes transversais esquemáticos em organismos acelomados, pseudocelomados e celomados:

 Anexos embrionários

Peixes

Anfíbio

Répteis, aves e mamíferos




Seres humanos

Resumo geral dos anexos embrionários:

 Em aves ainda há a presença de uma câmara de ar na base do ovo.

 Em mamíferos placentários, existem dois importantes anexos: o cordão umbilical, que permite o contato com a mãe, e a placenta, importante anexo entre filho e mãe que detém as funções unidas dos anexos embrionários acima listados, como passagem sanguínea, difusão de nutrientes e anticorpos, etc.


Embriologia humana


Gravidez ou Gestação

Período, após nidação do blastocisto, de formação do bebê e do preparo fisiológico da mãe.

1°Trimestre

Ação hormonal do HCG (hormônio gonadotrófico coriônico) que permite a formação da placenta,importante órgão entre mãe e embrião que suprime as necessidades de nutrientes e gases do bebê durante o período de gestação. Neste trimestre, também ocorre a formação dos primeiros órgãos rudimentares do feto e das principais alterações da mãe.

2°e 3° trimestres

Bebê entra em alta atividade, e vai reduzindo movimentos por falta de espaço devido a seu crescimento.

Trabalho de parto

Contrações do útero da mãe devido à ação hormonal preparam a saída do bebê, a partir da abertura do colo do útero. O bebê é expelido e a placenta é degradada.





Parto normal/natural

Cesariana

 A cesariana é um procedimento cirúrgico com anestesia, em que se faz uma incisão (corte) horizontal, na barriga da mãe, alguns centímetros abaixo do umbigo. Por meio dele, retiram-se o bebê e a placenta.

 A cesariana é indicada especialmente quando o bebê não está em posição favorável; quando ele está sofrendo; quando não há dilatação do colo do útero; se a mãe está correndo o risco; se é hipertensa. Como os demais tipos de cirurgia, não deve ser uma prática indiscriminada, feita sem necessidade ou orientação médica.


Gêmeos, anencefalia e microcefalia


Gêmeos bivitelinos

Liberação de dois ovócitos II, duas fecundações e duas placentas.

Gêmeos univitelinos

Uma fecundação, duas culturas celulares e uma placenta.

Gêmeos siameses

Uma fecundação, divisão incompleta de culturas celulares.
Anencefalia

Falha no fechamento do tubo neural que reduz cérebro e cerebelo, levando a morte do indivíduo.

Células-tronco

O que são células-tronco?

São células capazes de se renovarem e possuem a capacidade de se diferenciarem em muitas categorias de células.
Células-tronco embrionárias

Obtidas na fase de blástula, a partir da massa celular ou embrioblasto. São totipotentes, ou seja, diferenciam-se em qualquer tipo celular.

Células-tronco adultas

Obtidas após quatro ou mais semanas de desenvolvimento embrionário. São multipotentes, ou seja, também se diferenciam em muitos tipos celulares, porém é menos versátil.

Células-tronco induzidas

Células adultas que sofrem reprogramação viral e tornam-se totipotentes.

Material extra

 Veja o desenvolvimento embrionário de uma salamandra, um vertebrado!


Fontes Stoodi, Só Biologia, Wikipedia, Toda Matéria.

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