sexta-feira, 21 de abril de 2023

Diferenciação testicular e espermatogênese

  Olá pessoal, hoje trago diferenciação testicular e espermatogênese, importantes tópicos introdutórios na embriologia.

 Gametogênese é o processo de formação e desenvolvimento dos gametas masculinos (espermatogênese) e femininos (ovogênese).

Desenvolvimento embrionário das gônadas

 As células que dão origem aos gametas, chamadas células germinativas primordiais (CGPs), são encontradas até a quarta semana na camada endodérmica do saco vitelínico, posteriormente vão saem dele no epitélio do intestino posterior e em seguida migram por movimentos ameboides pelo mesentério dorsal até alcançarem o primórdio das gônadas na crista urogenital, essas gônadas primordiais são indiferentes, compostas por um córtex (epitélio germinativo) e uma medula (mesênquima).

  Assim, ambos os sexos iniciam-se com uma gônada bipotente/bipotencial, ou seja, indiferenciada. A gônada bipotencial, então, precisa se diferenciar, a partir do genótipo do indivíduo. 





 Em indivíduos que contêm os cromossomos XX, se ativa a expressão dos genes RSPO1 e WNT4 na gônada bipotencial para dar início ao desenvolvimento dos ovários. Em indivíduos que contêm os cromossomos XY, na sexta semana de gestação se ativa a expressão dos genes SRY e SOX9 na gônada bipotencial para dar início ao desenvolvimento dos testículos. Isto é, a presença ou a ausência do cromossomo Y (cromossomo onde está o gene SRY) determina o tipo de gônada do embrião em desenvolvimento.

Diferenciação testicular

 Por volta da sexta semana de gestação, o gene SRY promove a diferenciação testicular na gônada bipotencial do indivíduo do sexo masculino. Ele induz os cordões sexuais primitivos (composto por células germinativas primordiais e células de suporte) a originarem os túbulos seminíferos (epitélio seminífero, destaque para as células de Sertoli), responsável futuramente pela produção dos espermatozoides, e induz o tecido mesenquimal (composto por células mesenquimais) a originar o tecido intersticial (células de Leydig ou intersticiais), responsáveis pela produção de hormônios (andrógenos).

  Com a diferenciação das células de Sertoli e de Leydig começa a secreção dos hormônios AMH (hormônio anti-mulleriano) e testosterona respectivamente. A continuidade da secreção hormonal nessas células é mantida por uma segunda expressão de SF1 (fator esteroidogênico). A AMH induz a regressão do duto mulleriano, e por outro lado a testosterona atua no duto de Wolff para se diferenciar na genitália interna dos machos e para induzir ao DHT (forma ativa da testosterona) envolvido na diferenciação do tubérculo genital (sinus urogenital) em pênis e próstata. Sem a influência do DHT em machos, o tubérculo genital e sinus urogenital ‘'por default'’ se diferenciam na genitália externa de fêmeas. 

Aparelho genital masculino




Tecido intersticial do testículo

 Tecido conjuntivo frouxo: vasos sanguíneos, fibroblastos, células peritubulares e células intersticiais ou de Leydig.

 Células de Leydig realizam a biossíntese dos hormônios esteroides sexuais (andrógenos), como a testosterona. Apresentam acidofilia citoplasmática, gotículas lipídicas e são ricas em mitocôndrias e REL.

Epitélio seminífero


 Células de Sertoli produzem o hormônio anti-mulleriano durante o desenvolvimento embrionário. No adulto, são células em G0 que formam uma camada contínua no interior do túbulo e também formam um microambiente específico (nicho) para as células germinativas. Além disso, estabelecem a barreira hemato-testicular através de junções de oclusão e promovem a espermiação (conjunto de eventos que levam a liberação das espermátides finais do epitélio seminífero), fagocitando os resíduos citoplasmáticos das espermátides finais.

 As células de Sertoli tem alta atividade sintética, sintetizando as seguintes substâncias:

▪ fluido testicular (10 a 20μl/g testículo/hora).

▪ fatores de crescimento dos túbulos seminíferos (SGV) e outras substâncias que induzem a proliferação das espermatogônias.

▪ proteína ligante de andrógeno (ABP) – que concentra a testosterona no interior do túbulo seminífero.

▪ inibina, ativina e estradiol.

Espermatogênese

 Ocorre em reentrâncias do citoplasma da célula de Sertoli, que regula esse processo, e depende de altas concentrações andrógenos. Durante o desenvolvimento embrionário, células germinativas primordiais (gonócitos) geram espermatogônias tronco tipo A single. A partir da puberdade, as espermatogônias poderão dar prosseguimento ao processo da espermatogênese.

 Etapas:

- Renovação das espermatogônias tronco (Espermatogônias tipo A single - As) - mantém a fonte de células para espermatogênese.

- Proliferação espermatogonial – por mitoses.

- Meiose.

- Espermiogênese (diferenciação das espermátides em espermatozoides: durante sua transformação acumulam enzimas hidrolíticas, rearranjam e reduzem as organelas, formam um flagelo e um aparelho esquelético associado e se desfazem de parte do citoplasma).

- Espermiação (liberação das espermátides finais).




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