terça-feira, 11 de julho de 2017

Como achar planárias?

Olá pessoal, está é a primeira postagem deste blog que tem o intuito de conseguir coletar planárias.

As planárias pertencem ao filo Platyhelminthes, ela como todos desse filo tem o corpo alongado e achatado, com aspecto de fita (vermes chatos, vermes achatados), sua simetria é bilateral, possui sistema digestório incompleto e também possuem ocelos, que captam estímulos luminosos e não formam imagem, consequentemente é errado chamar essa estrutura de olhos. As planárias de água doce, terrestres (geoplanas) e marinhas pertencem a classe Turbellaria, uma classe de vermes de vida livre que não causam nenhum tipo de doença e parasitismo, diferente da classe Cestoda (tênias) e Trematoda (esquistossomos) que causam doenças graves através de seu parasitismo.

Ao fazer uma rápida pesquisa na internet encontramos um artigo do Ponto Ciência que ensina a fazer a coleta desses animais e também a sua manutenção, pesquisando mais afundo se acha até artigos americanos sobre o mesmo assunto, mas o artigo mais completo em nossa língua e também mais acessível é o do Ponto Ciência, e também eu acabei achando em um livro de zoologia como fazer a coleta desses animais, e novamente falaram a mesma coisa que o Ponto Ciência, ou seja, os métodos não mudam, são os mesmos!

Primeiro eu comentarei as características de um local onde as planárias vivem:

  • Habitam água frias e claras de córregos, lagos e fontes;
  • Vivem geralmente aderidas à superfície inferior de plantas aquáticas, rochas e pequenos galhos, evitando a luz (as planárias são fotofóbicas);
  • É interessante destacar que as planárias são bioindicadores, ou seja, indicam a qualidade da água do ambiente em que vive, por isso dificilmente se encontrará planárias em locais poluídos.

Após escolher um local com as devidas características deve-se utilizar fígado de boi como isca e seguir essas instruções que são ditas no Ponto Ciência:

Envolva um pedaço de fígado cru ou outro tipo de carne em uma gaze e coloque dentro de
uma garrafa de PET cortada ao meio. Tampe o recipiente com uma tela média de arame, filó ou nylon, para impedir que outros animais levem o alimento. 
Amarre uma corda ou barbante à garrafa e coloque-a na água, perto de plantas, troncos submersos ou rochas, pois nesses locais é mais provável encontre planárias. 
Você pode amarrar a ponta da corda numa estaca à margem do riacho e ficar observando.
Quando as planárias estiverem dentro da garrafa é hora de puxar a corda.
E para manter as planárias também deve-se seguir a orientação do Ponto Ciência:

Transfira as planárias para um recipiente (um aquário, por exemplo) com um pouco de água doce do próprio local de coleta. 
Coloque um pequeno pedaço de carne ou ração para peixe carnívoro, para que
elas se alimentem após a coleta. As planárias devem ser alimentadas de 2 a 3 vezes por semana e, se for utilizar carne fresca, deve-se mantê-la no recipiente até, no máximo por 24 horas, para que a carne não apodreça e as planárias acabem morrendo.
Troque a água do recipiente a cada 20 dias. Você deve utilizar água da torneira após ser desclorada. 
Para desclorar a água da torneira basta deixar uma vasilha com água destampada durante 24 horas. 
As planárias gostam de ambientes sombreados, então não deixe o aquário recebendo raios solares, diariamente, por muito tempo.

Eu andei pesquisando durante vários dias onde poderia achar esses turbelários incríveis. Acabei achando muitos artigos que mostram a diversidade de espécies de geoplanas e planárias de água doce que podem ser avistadas no Rio Grande do Sul, este mapa mostra o que eu digo:

Localização de espécies de planárias do gênero Girardia pelo RS
Também pode-se encontrar planárias e geoplanas na Região Sudeste, assim como em todo o Brasil. A espécie Girardia tigrina nativa das Américas e presente também no Pacífico, na Alemanha e no Japão pode ser encontrada por todo o Brasil, assim como outras espécies de planárias e geoplanas, pois ela é uma espécie comum aqui nas Américas, então com certeza você conseguirá coletar uma dessa espécie.

Já as geoplanas recomenda-se procurar em solos úmidos nas florestas neotropicais do Brasil, algumas espécies são bastante comuns em algumas localidades, deve-se alimentar geoplanas com minhocas ou então com gastrópodes como caracóis e caramujos. E como as geoplanas são terrestres deve-se colocar o indivíduo em um aquário com terra e plantas, imitando seu ambiente, lembrando de deixar a terra úmida, e não encharcada!

Uma planária ou uma geoplana pode morrer por diversos fatores apesar de sua incrível capacidade de regeneração, como presença de substâncias químicas na água como, por exemplo, o cloro, alimentação inadequada, ação de predadores e falta de umidade.

Recomenda-se não fazer cortes em geoplanas, pois sua expectativa de vida diminui bastante, além de que em alguns casos a geoplana nem chega a se regenerar. Mas isso não quer dizer que as geoplanas não tenham habilidade de regeneração, todos os tipos de planárias têm essa habilidade.

Agora a respeito de planárias marinhas, elas são encontradas geralmente associadas a recifes coralígenos e facilmente confundidas com lesmas do mar, mas na realidade são bastante diferentes. As planárias marinhas possuem cores exuberantes, deve-se tomar cuidado ao tentar coletá-las, pois algumas espécies de planárias marinhas imitam lesmas do mar venenosas (essas imitações recebem o nome de mimetismo), está visto que a planária marinha é um grupo de indivíduos mais difícil de se achar e coletar, visto que precisa se locomover até litorais que têm recifes de coral. As planárias marinhas devem ser alimentadas com mariscos e mexilhões, e deve-se mantê-la em um aquário marinho com um tamanho grande e bem espaçoso, visando a saúde do animal. Também é interessante dizer que as planárias marinhas possuem cores extravagantes devido a sua toxicidade, então deve tomar muito cuidado ao manusear esses animais, eles usam sua toxicidade para caçar presas, embora essa toxicidade seja pouco estudada, é bom tomarmos cuidado com esses animais.

Para concluir essas postagem, essa imagem responde algumas dúvidas (clique para ampliar):


Referências: Ponto Ciência e Projeto Qualibio.

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